Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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23 de junho de 2012

EA: Ascensão e Queda

Em menos de seis meses, o valor das ações da toda-poderosa Electronic Arts caiu 50%. Em menos de seis meses, os investidores que sempre impulsionaram a maior produtora terceirizada de jogos eletrônicos da atualidade passaram a acreditar que ela vale metade do que valia antes. Nos anos 80, a Electronic Arts era considerada a mais criativa e adorada criadora de jogos e um dos grandes pilares para o crescimento dos jogos nos computadores. Em 2012, ela foi eleita a pior empresa dos Estados Unidos por seus próprios consumidores. O que aconteceu?

Em Nome da Arte

Trip Hawkins Em maio de 1982, um Diretor de Estratégia e Marketing da Apple, de 29 anos, resolveu ser seu próprio chefe. Diante do crescimento explosivo do mercado de computadores domésticos, Trip Hawkins sentiu que ali estava nascendo um mercado, um mercado para jogos. Pegando dinheiro emprestado de investidores que acreditaram em sua visão, ele fundou a Amazin Software para a produção e distribuição de jogos e programas.

Mas nem ele, nem seus primeiros funcionários estavam muito satisfeitos com o nome adotado. Hawkins imaginava sua empresa como uma aventura similar aos artistas de cinema que fundaram a United Artists.

Em 1919, o diretor D.W. Griffith e os atores Douglas Fairbanks, Mary Pickford e um certo Charles Chaplin estavam fartos da interferência dos grandes estúdios e resolveram criar sua própria produtora de filmes. Nascia a United Artists ("Artistas Unidos"). Hawkins queria capturar aquele sentimento e atingir a mesma reputação de respeitabilidade. A ideia seria transformar o programador anônimo da linha de produção em artistas reconhecidos, em "software artists". O nome pensado foi "SoftArt", mas já existia uma empresa chamada Software Art, criadores do VisiCalc (a primeira planilha eletrônica). A segunda sugestão foi "Electronic Artists", mas um dos diretores disse uma frase que iria perseguir a empresa para sempre: "nós não somos os artistas, eles são...", se referindo aos desenvolvedores que seriam distribuídos. O nome escolhido foi Electronic Arts, geralmente abreviado para EA.

Electronic Arts

Em seus primórdios, a Electronic Arts fez de tudo para seguir a premissa inicial. A empresa sempre se referia aos desenvolvedores como artistas, créditos de criação passaram a serem inseridos nos jogos e programas, fotos dos criadores foram impressos nas capas dos produtos e em anúncios de página inteira em revistas especializadas. Esse tipo de prestígio era inédito na indústria e funcionou como um chamariz irresistível para uma grande variedade de talentos. Foi quase uma década de inovação e liderança.

Em 1991, Hawkins saiu da EA para sua mais ousada empreitada: a fabricação de um console. Com a ajuda financeira da EA e de diversas outras companhias, ele fundou a 3DO. Lançado em 1993, o 3DO foi o mais poderoso console existente no mercado, capaz de reproduzir vídeos em tela cheia, sem engasgar. Sua potência foi sua derrocada: vendido pela exorbitância de 600 dólares, muito acima da concorrência, o 3DO não era uma alternativa aos olhos do consumidor. Para piorar a situação, a oferta inicial de títulos era fraca e boa parte dos que foram lançados se apoiava excessivamente em FMV, justamente porque o 3DO permitia. O que sobrava em gráficos, faltava em jogabilidade e, mesmo vinte anos atrás, isso já era motivo para afundar um jogo. Em 1994, um outro console mais barato e com uma lista de jogos infinitamente maior, chamado de Playstation, veio enterrar o console de Hawkins.

Acuado, Hawkins transformou a empresa 3DO em um fabricante de jogos, adquirindo algumas desenvolvedoras. Mas vendeu pouco. Em 2003, a empresa abriu falência e Hawkins jogou seu passado para o alto. O homem que antes achava que desenvolvedores eram artistas, implantou o ciclo de desenvolvimento de 6 a 9 meses para jogos e a exploração maciça das poucas marcas com um mínimo de renome dentro da 3DO (basicamente Army Men e Might and Magic). A qualidade caiu, as vendas despencaram. Hawkins fechou a 3DO e foi para o mercado de dispositivo móveis onde desapareceu de cena.

Conquistar e Dividir

Hawkins foi substituído na Electronic Arts por Larry Probst, um executivo com passagens pela Johnson & Johnson e Activision, mas que já estava na empresa desde 1984. Durante sua administração, a EA se caracterizou por uma política agressiva de aquisições e por fincar pé no lucrativo ramo dos jogos esportivos. Se na época de Hawkins, apenas uma desenvolvedora foi assimilada na estrutura da EA, durante o período Probst nada menos que 25 estúdios foram comprados, entre 1991 e 2007. Destes, 17 não possuem mais qualquer traço de identidade própria ou foram fechados. No mesmo período, acusações múltiplas de péssimas condições de trabalho vazaram para a imprensa.

A política de "comprar e assimilar" adotada por Probst não foi bem-vista nem pelo público nem pelos corredores da própria EA. Inicialmente, a empresa almejava um controle monolítico das diversas marcas, interferindo brutalmente no processo criativo de seus "artistas" e favorecendo a queda na qualidade. Em 2007, Probst cedeu sua posição e começou a era John Riccitiello.

Riccitiello Riccitiello havia entrado para a Electronic Arts dez anos antes. Sua promessa: dividir a gigantesca empresa em quatro marcas, cada uma delas com autonomia para decidir seu próprio caminho. O novo presidente citou a Bioware a Maxis como modelos a serem seguidos: estúdios incorporados, mas ainda dotados de individualismo.

O atual presidente prometeu reestruturar a companhia em três anos, mas a mudança se consolidou somente a partir do segundo semestre de 2011. Atualmente, os quatro "feudos" da EA são: EA Sports (agregando todas as desenvolvedoras de jogos esportivos), EA Maxis (abrangendo a Maxis e todas as outras desenvolvedoras envolvidas em jogos de simulação de vida e casuais), EA Bioware (engloba a Bioware, a Mythic e outros pequenos estúdios para a produção de RPGs e MMOs) e EA Games (todo mundo que sobrou, incluindo Criterion Games e DICE).

A Queda da República

EA x NASDAQ Queda das ações da EA (em azul) em comparação com movimento médio da NASDAQ (em vermelho) no mesmo período

As ações da Electronic Arts iniciaram um irreversível processo de queda a partir de Janeiro de 2011. Aos olhos dos investidores, há grandes chances da EA não valer o investimento e não oferecer o retorno financeiro desejado a médio-prazo. As razões ainda não estão claras, mas sua posição atual está muito próxima da THQ, cujas ações desvalorizaram 80% e já se comenta a boca miúda sobre um possível fechamento. O que diferencia a EA da THQ é o tamanho: a antiga empresa de Hawkins ainda tem muita reserva para queimar e um catálogo de títulos de fazer inveja.

Sith Inquisitor Durante anos, a Electronic Arts perseguiu o sucesso no ramo dos MMOs conquistado por World of Warcraft, da eterna rival Activision. O desenvolvimento de Star Wars: The Old Republic consumiu mais de três anos e cerca de 200 milhões de dólares. Segundo Shamus Young,  o novo MMORPG de Guerra nas Estrelas precisava de pelo menos dois milhões de usuários para não ficar no vermelho. Para colocar um sorriso no rosto dos acionistas, a quantidade precisaria ser ainda maior. Porém, enquanto a Bioware trabalhava trancada em suas salas, o próprio mercado girou em torno de seu eixo e títulos F2P se tornaram uma febre. Para alguns analistas, a era de MMO gigantescos, caríssimos, capazes de agregar uma imensa quantidade de assinantes, está chegando ao fim. Antes mesmo do lançamento de TOR, já se falava em fracasso.

O jogo veio e provou ser capaz de agradar público e crítica. Mas não de alcançar os números tão desejados para se tornar uma máquina de fazer dinheiro. Desde fevereiro, o título já perdeu 400 mil assinantes, caindo de 1,7 milhões para 1,3 milhões de usuários. A mítica marca de 2 milhões nunca foi atingida. Funcionários foram demitidos. Rumores antes negados de que o MMORPG poderia se tornar F2P agora são "uma possibilidade a ser estudada".

Riccitiello prometeu aos acionistas que colocaria a EA de volta nos jogos de qualidade e dentro do mercado digital. Simbolicamente, TOR foi um teste para o executivo: um projeto de proporções épicas, no mercado digital, criado por um estúdio conhecido por sua qualidade e que foi comprado sob ordens diretas do novo presidente da empresa. Aos olhos dos investidores, uma falha em TOR implica em uma falha pessoal de Riccitiello, uma perigosa aposta errada do homem que está no comando da empresa. Arredio como uma raposa desconfiada, o dinheiro foge ao menor sinal de perigo. Riccitiello também garantiu que reestruturaria a Electronic Arts em 3 anos. No quinto ano de sua administração, a mudança ainda não terminou. O dinheiro também é impaciente e vê no ritmo do executivo outro sinal de fraqueza.

E então, a Electronic Arts foi escolhida a pior empresa do ano pelos consumidores. Uma votação equivocada que deixou de lado empresas que agridem o meio ambiente, fabricam armas mortíferas, fraudam seus clientes ou cobram juros exorbitantes... Mas o recado para os acionistas foi dado. Rumores de que a Electronic Arts poderia ser adquirida pela nipo-coreana Nexon se espalharam como fogo no mato seco. Em condições normais, um boato tão estapafúrdio seria ignorado rapidamente. Entretanto, o mercado engoliu a história e tremeu. Na selva dos investimentos, informação e contra-informação são disparados a queima-roupa.

Need For Speed Most Wanted

As perspectivas futuras não são animadoras. Não há nenhum título milagroso no horizonte da EA: Dead Space 3, o novo SimCity e Medal of Honor: Warfighter chegam cercados de dúvidas sobre sua capacidade de alavancar vendas. Crysis 3 pode se tornar o grande sucesso de vendas da empresa do próximo ano ou desgastar a franquia. Need For Speed: Most Wanted, sob o comando da Criterion, já está sendo chamado de Burnout: Paradise 2 e tem a dura tarefa de levantar uma marca que a EA deixou afundar. The Secret World é um daqueles MMO que podem ser um retumbante fracasso ou um sucesso de nicho.

Então, quando a empresa, que completou 30 anos em maio em silêncio, anunciar mais um DLC, mais um sistema de proteção contra jogos usados, mais uma continuação de jogo famoso, mais um derivado de jogo famoso ou mesmo uma estapafúrdia adaptação cinematográfica, fique sabendo que não é ganância o que os move.

É desespero.

Ouvindo: Ace Combat Zero - Excalibur

15 comentários:

Breno disse...

que coisa, não sabia que EA tava tão mal assim.

Shadow Geisel disse...

não sabia Breno? eu também não, mas dá pra ver nos jogos atuais que a empresa vem lançando. como o Aquino disse, o que os move é o desepero. Need 4 Speed Shift é um ótimo jogo, mas copiar simuladores como Gran Turismo é um sinal claro de que a empresa já não sabe mais o que fazer. aí resolvem fazer uma continuação do seu maior sucesso. e como vão fazer isso? delegando o jogo a terceiros. foi uma das maiores decepções que tive com jogos nesse ano. quer uma dica EA? para de lançar trinta jogos da mesma franquia no mesmo ano; dead space foi um jogo muito bom, mas é um jovem que já dá sinais de idade avançada (o segundo episódio inova muito pouco, sendo mais um teste de fidelidade dos fãs do que uma nova aventura propriamente dita). arregaça as mangas e vai trabalhar, pois bons jogos vc sempre soube fazer.

"Arredio como uma raposa desconfiada, o dinheiro foge ao menor sinal de perigo".

o dinheiro não foge. os consumidores é que cansam. consumidor de games, apesar de passional e tacanho, é muito exigente e seletivo (às vezes, claro). o mal da EA é de fácil diagnóstico: cifras nos olhos em grau avançado.

José Guilherme Wasner Machado disse...

EXCELENTE artigo, Aquino!

Resta saber o que significaria para a indústria a queda de uma gigante como a EA e, quem sabe, de seu modelo de negócios...

Abraços!

C. Aquino disse...

Shadow, na verdade, os jogos da EA continuam vendendo bem. O dinheiro que está fugindo é dos investidores, porque os jogos da EA não estão vendendo TÃO bem quanto o imaginado. Bizarramente, uma empresa deste porte não vive apenas de venda direta ao consumidor: se os investidores sumirem, a empresa fecha.

Camarada Wasner, a queda da EA pode detonar um efeito em cascata com outras empresas do mesmo tamanho perdendo a confiança dos investidores. Teríamos uma Segunda Queda dos jogos eletrônicos e um longo período de trevas. Mas acho esse cenário improvável. Será mais provável que a EA comece a vender alguns de seus estúdios e reduza de tamanho, como a Atari, até ser comprada por alguém (Activision? Grupo Warner? Zynga?). Uma manobra interessante seria sacrificar Riccitiello para aplacar os ânimos e colocar outro executivo no lugar.

Shadow Geisel disse...

Me referia à qualidade dos jogos e criatividade das séries, Aquino, não ao número de vendas. quem sabe ela reduzindo de tamanho não pare de lançar uma quantidade exagerada de jogos?
muito bom o texto mesmo. tinha esquecido de comentar. mais textos sobre a indústria são muito bem-vindos, camarada Aquino. não se acanhe rsrsrs

Breno disse...

Legal,tenho um xara por aqui!

Para mim,o fechamento dessas empresas seria um GRANDE sopro de ar fresco nessa industria! Alem de ser um sentimento de justiça por causa de tantos talentos que a EA ajudou a destruir(RIP Bulfrog, Westwood, Origin(que agora eles praticam necrofilia usando o nome desse estudio para promover loja virtual))!

"O jogo(The Old Republic MMO) veio e provou ser capaz de agradar público e crítica."

Serio isso? é que eu não paro de escutar criticas vindas do publico,comparando o jogo como um clone de WoW,afirmando que o jogo mais parece um jogo single player on-line,graficos horriveis e mal otimizados(para um jogo de 200 milhões isso é puro FAIL),etc... Logico que a imprensa chupa qualquer coisa vinda da EA!

Breno disse...

Shadow acho que vc pensa que a EA é uma desenvolvedora! Eles são uma empresa com diversos estudios acoplados!

Lucs disse...

O que me espanta é a Criterion criando Burnout e a EA chamando de Need for Speed (pelo que li).
Isso que é desespero,se aproveitar de nomes.Medal of Honor que o diga.
Volta e meia eu encontro um Need for Speed novo nas lojas e me assusto (desde quando isso tá aqui?)
O Chato é que Burnout é uma franquia bem característica e com fãs próprios e merece mais uma continuação.Só que a Criterion não está errada em fazer algo que sabe fazer (BURNOUT é bom demais véi) e se esse NFS estiver parecido com Burnout,eles estão certos.

E a Bioware anda tropeçando. Tropeçaram em Dragon Age 2,em The Old Republic e em Mass Effect 3. Pelo menos no Mass Effect estão preocupados em manter o Multiplayer e em resolver o final com patches gratuitos.

DiCE deveria investir num Mirror's Edge 2 :X

Da parte da Maxis pouco me interessa.Não sou fã de Sims.
Me interessei pelo Darkspore,mas já passou a vontade de adquirí-lo.

Breno disse...

Agora quem dera que o desespero da EA não fizesse ela mudar de comportamento para atender pequenas exigencias que seus consumidores tanto exigem... Poxa, a lista de FAIL é grande,talvez nem caiba nesse comentario: Descaracterização da franquia Syndicate, O proprio primo pobre de Velozes e furiosos(adaptação cinematografica de NSF),descaracterização e simplificação ainda maior de Dead Space 2(agora vai ser Gears of Lost Planet com co-op e munição universal),o proprio TORtanic com seus 200 milhões de dolares gastos em frivulas,os fiascos que foram Dragon Age 2 e Mass Effect 3, sem falar de todo o resto... Em fim, seria muito saudavel para a industria a falencia dessa empresa(e até mesmo empresas como THQ ou Activision,mas ai já é sonho)! Isso iria forçar esse pessoal a fazer jogos de qualidade novamente(ou começar a fazer)! Ou talvez afundar de vez,mas ai pelo menos eles ja não estariam mais nos nossos radares!

Marcos A. S. Almeida disse...

Breno(novo), Breno (antigo), Bruno...Vai sobrar desaforo pra pessoa errada!
Eu poderia torcer pela derrocada da EA por conta de suas práticas abusivas e antipáticas ,mas seria algo mesquinho e a verdade é que um gigante como ela caindo ,não é bom pra nós.O melhor é torcer pra que ela enxergue o mercado com mais escrúpulos e menos ganância, para que possamos enxergá-la com admiração e respeito.

Breno disse...

Talvez eu interprete a ideia como uma simbologia! A derrocada da EA seria a falha das praticas predatorias e caça-niqueis dessa lamentavel industria! Infelizmente isso(ou uma mudança de politica como Marcos falou acima) é pouco provavel! EA é apenas uma empresa azarada! A Activision-Blizzard ta ai vendendo milhões com DRM constante,pessimo serviço e venda de itens virtuais com seus Diablos e Call of Dutys! Esperar qualidade e compromisso com os consumidores vindo de empresas "AAA" é como esperar respirar no espaço sem equipamentos!

Milton lopes disse...

Matéria muito boa !
Infelizmente é uma grande realidade e o que vemos hoje são frutos da industria de maior faturamento. Longe e muito antes de ser uma empresa de games a EA tem sido uma empresa, portanto sujeita a práticas que visam apenas lucros. O estrago na imagem como pior empresa, além da alta cobrança dos clientes fizeram da EA uma grande bomba relógio e nenhum investidor quer deixar seu rico dinheirinho virar fumaça. O mercado de games ruma para a pulverização com diversas desenvolvedoras e mutiplas plataformas. Não é por acaso que as grandes detentoras de hardware e software estão navegando em mares bravios há algum tempo. As empresas deveriam se focar no público que querem atingir e entregar o melhor, recuperando a credibilidade.

Marcos A. S. Almeida disse...

Talvez a minha analogia seja simplista e saudosista ( e para alguns até uma heresia) ,mas traço um paralelo do mundo dos games com o mundo do futebol; A época mágica foi quando tudo ainda era feito com um mínimo de sentimento , tinha-se o tão exaltado "ámor á camisa" e que se tinha mais companherismo e menos individualismo ,com união por um ideal e proximidade da torcida.Nos games era mais ou menos a mesma coisa, os jogos eram feitos inicialmente por por entusiastas da informática ,passando por pequnos grupos de "apaixonados" por jogos e depois percebeu-se que poderia ganhar algum dinheiro ao mesmo tempo que se divertia, mas sempre com com dedicação e satisfação.Nos dois casos quando os lucros começaram a falar mais alto (e nossa voz cada vez mais baixa)e ser o fator impulsionador principal, é que começou a derrocada.Existem excessões nos dois casos , mas á meu modo de ver a época "romântica" dos dois já passou ( e felizmente tive oportunidade de ver um pouquinho).
O mundo virou um grande comércio com a tal da "globalização" e a frieza dos números é a linguagem universal.É um caminho sem volta pois está evidente em todos os segmentos da nossa vida.Infelizmente.

Shadow Geisel disse...

Breno, eu sei que a EA é uma grande produtora também. desse jeito fica parecendo que eu comecei a jogar games ontem rsrsrs. O Breno mais antigo devia colocar uma imagem no nick pra podermos saber quem é quem (recomendo uma imagem do anão Zangado, da Branca de Neve, com o perdão da brincadeira rsrsrs).

"E a Bioware anda tropeçando. Tropeçaram em Dragon Age 2,em The Old Republic e em Mass Effect 3. Pelo menos no Mass Effect estão preocupados em manter o Multiplayer e em resolver o final com patches gratuitos".

e desde quando o primeiro Dragon Age foi um "passo certo"? será que só eu achei aquele jogo uma bomba de fezes?
o mass effect 3 ainda não joguei, mas se vc cita o game por causa do final (que eu não faço ideia de como seja, sem spoilers please, pois ainda estou jogando o 2), isso cheira mais a empresa que caga e não sai da moita e fica com medo de sustentar as decisões que toma (como a Sony e seu "terrível" controle bumerangue do PS3. como diabos uma imprensa rotula de terrível uma coisa que nem teve a chance de experimentar?). mas só saberei quando terminar o 3, daqui a uns mil anos rsrsrs.

o ponto de vista do Breno sobre a as consequências da falência da EA não deixa de ser meio niilista, mas confesso que fico bem curioso pra ver no que isso ia dar. os games renasceriam das cinzas da EA ou afundariam de vez?

Breno (sei lá qual deles): se vc acha lamentável a indústria de games, parabéns primeiramente. isso demonstra um pouco de bom senso de sua parte rsrsrs. falando sério: existem outras tão ruins ou piores, como a indústria de quadrinhos.
veja o exemplo da total eutanásia da criatividade, com os Xmen de Grant Morrison. o cara vem e consegue escrever histórias interessantes sobre personagens mais chupados que manga por menino buchudo. aí os editores vêm e acabam com todo o trabalho do cara, desfazendo a cronologia e colocando um FDM que não tem a metade do talento que Grant Morrison para escrever. os quadrinhos têm uma necessidade absurda de manter as coisas estagnadas, para vender resitas mensalmente, dando 0% de chance de sair algo criativo das séries mensais. olhando desse ângulo, os games parecem (ao meu ver) ter muito mais liberdade de criação.

Lucs disse...

Shadow, o tropeço do Mass Effect 3 foi mais ser bombardeado na internet, a decepção depois da alta expectativa.
Também teve aquilo do DLC no primeiro dia que vem no disco (pra mim não foi problema,tive oportunidade de adquirir uma versão que já vinha com ele).
E Mass Effect 2 é um jogasso. E o 3 melhora muitos aspectos do gameplay.GOTY fácil.

Acho que ME3 tinha um imenso potencial e mesmo decepcionando na parte das escolhas, é um grande jogo.
Eu esperava mais, porém o que me conforta é que poderia estar pior,e é tão bom que já estou no segundo Shepard.

Vou me segurar em falar do final, que eles sustentaram por um momento mas logo anunciaram o final estendido e vai ser gratuito (sai amanhã).No começo da novela "ME3 ending" achavam que ia ser uma forma da EA tentar lucrar:"Quer final tal?pague tantos dólares"
-Oops,não me segurei

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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