Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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14 de maio de 2012

Abaixo do Radar

Escrever sobre qualquer outra coisa na véspera do lançamento de Diablo III é pedir para ser ignorado. Em um ano repleto de anúncios e lançamentos de ponta, onde o impacto de uma promessa é amenizado na semana seguinte pelo próximo hype, parece não haver espaço para aqueles títulos obscuros que passam muito abaixo do radar para serem captados. Então, desta vez, não falarei de Diablo III, ou Max Payne 3, ou Assassin's Creed III ou Crysis 3 ou qualquer outro jogo com o 3 no nome. Mas não fugirei muito do número. Serão três possibilidades, todas de pequenas desenvolvedoras.

Stasis

Stasis é a história de John Maracheck. Ele acorda sozinho de um sono criogênico em uma instalação de pesquisas aparentemente abandonada. Mas onde estão seus filhos? Onde está sua esposa? Quem mais está vagando pelos corredores? Sua jornada em busca de respostas será de puro terror.

Stasis é a história de Christopher Bischoff. Este adventure com perspectiva isométrica é obra sua. Cenários, engine, música, sons, narração, história, cada elemento presente neste jogo foi desenvolvido por um único homem. Bischoff afirma que ao mesmo tempo em que queria resgatar a velha mecânica de uso de objetos no cenário dos antigos adventures, ele também optou por não usar a velha perspectiva lateral dos clássicos. O resultado é um título que combina a jogabilidade de um Beneath a Steel Sky com detalhados cenários 3D renderizados que lembram Baldur's Gate, se Baldur's Gate fosse ambientado no enredo de Aliens.

Infelizmente, não há previsão de lançamento.

Starbound

Starbound é mais ambicioso do que a maioria dos jogos AAA jamais sonhou em ser. Desenvolvido por um modesto time de seis pessoas e cinco colaboradores, o jogo pretende oferecer um universo sandbox gerado randomicamente. Seu lema: "dois planetas não devem jamais serem iguais".

A história acompanha você, o último sobrevivente de uma catástrofe planetária, que descobre uma estação espacial abandonada nos confins da galáxia. Esta estação, a Starbound, será o ponto inicial do jogo. Você terá que visitar diversos planetas procurando uma tripulação e itens para povoar a estação. Será possível conduzir pesquisas, melhorar equipamento, contratar e demitir funcionários, criar robôs, aprisionar inimigos, capturar espécimes alienígenas raras.

Starbound

Mas o jogo se expande mesmo é fora da estação. Todo planeta visitado será completamente diferente do seu antecessor: terreno, clima, gravidade, raças nativas, nível de dificuldade, flora, cultura, tudo será criado de forma procedural pelo engine. Nem mesmo os desenvolvedores sabem o que você poderá encontrar. E eles garantem que cada detalhe poderá ser examinado: árvores, flores, criaturas, tudo terá uma descrição exclusiva e poderá ser uma fonte de pesquisas para sua estação.

Starbound

Seu universo explorado será único, mas não isolado. O jogo poderá ser jogado de forma completamente cooperativa, com expedições de jogadores, ou apenas parcialmente cooperativo, onde será possível enviar a coordenada exata de um planeta encontrado para que seu amigo faça as mesmas descobertas que você.

Starbound

Como se a infinita exploração não fosse atrativa o suficiente, Starbound permitirá ainda que o jogador escolha um planeta para chamar de lar. Neste novo mundo será possível customizar o clima, o terreno, colonizá-lo com aliados encontrados em outras partes e evoluir a civilização.

E, por mais incrível que pareça, os desenvolvedores garantem que isso é só o começo da aventura em Starbound... quando o jogo estiver pronto. Por enquanto, ainda não há previsão de lançamento, mas os trabalhos parecem bem adiantados.

ATUALIZAÇÃO (09:45): Foi publicado um vídeo de demonstração do jogo que eu não havia percebido e uma matéria no Rock Paper Shotgun!

Wrack

O que pode nascer do cruzamento de Doom com Borderlands? A resposta é Wrack, um FPS da velha guarda de ação frenética e gráficos com cell-shading. No jogo, você entra na pele de Kain Sager, um sujeito que é a última linha de defesa contra uma invasão alienígena em um futuro distante. Naturalmente, como convém a um jogo que se inspira em Doom, a história é o que menos importa.

Wrack

Mas, então, o que importa? Hordas de monstros simultaneamente na tela, suporte a mods com um editor próprio, visual colorido como não se faz mais hoje em dia e Bobby Prince. Mas, quem é Bobby Prince? É apenas o sujeito que criou a trilha sonora original de Doom, de volta ao mercado para mais uma trilha sonora. Eu já disse que Wrack tem raízes em Doom?

Wrack 02

O jogo já vai aceitar pré-compras a partir do dia 25 de maio, ainda que esteja longe de ficar pronto. Mas, aqueles que forem ousados o bastante para colocar dinheiro em algo que traz Bobby Prince de volta terão acesso a tudo que já está terminado do jogo: os três primeiros níveis e o editor. Os desenvolvedores garantem atualizações semanais, então, basicamente, você irá jogar o título na medida em que eles forem programando, além dos níveis criados pelos outros usuários. Se este novo modelo de negócios funcionar, espere para ver as grandes produtoras abusando do sistema em breve. Comprar na pré-venda também lhe dará o direito de dar sugestões diretamente para os criadores do jogo, além de 33% de desconto quando o jogo estiver pronto.

Wrack 03

Apostas Arriscadas

Das cinco apostas para o ano de 2012 que eu listei em Janeiro, uma já foi um desastre. Amy se revelou um jogo medíocre, apesar do currículo dos envolvidos. Botanicula já foi lançado, alcançou boas críticas, mas não há sinais de que será o grande sucesso do ano ou mesmo o grande sucesso da Amanita Design. Ride to Hell continua sem previsão de lançamento e talvez permaneça assim para sempre. Quantum Conundrum permanece uma incógnita. Dishonored, o primo rico do grupo graças ao investimento da toda-poderosa Zenimax, tinha a proposta de ser diferente, mas o último trailer, embora magnífico, sugere uma versão steampunk de Assassin's Creed e nada mais.

Às vezes, é melhor mesmo colocar suas fichas no certo. Amanhã, milhões de fãs de Diablo III, ou Max Payne 3 ou Sonic 4 Episode 2 estarão sorrindo de orelha a orelha, sem se preocupar com o que poderá ou não dar certo no futuro. Enquanto isso, eu sigo jogando Legend of Grimrock, a grande surpresa abaixo do radar de um ano repleto de apostas.

Ouvindo: The 69 Eyes - Angels

8 comentários:

Shadow Geisel disse...

não acho que, de forma alguma, você esteja indo na contramão. muito pelo contrário. o público do seu blog espera justamente isso: uma fuga da mesmice.

stasis promete, apesar desse teaser não revelar muita coisa. é incrível como filmes como Alien perceberam o potencial para terror que o espaço proporciona. esse jogo me lembra muito um game de PS2 chamado Echo Night Beyond. se passava em uma estação lunar. todos estavam mortos e apareciam na forma de espíritos. você precisava realizar os gostos dos fantasmas pra eles largarem do seu pé. tinha um clima de suspense e terror incríveis.

Starbound: muitas promessas de delícias-mundo aberto. parece bom demais para ser verdade.

Wrack: muito Borderlands pro meu gosto. e essa de ter um nominho famoso no time de desenvolvimento já não é garantia de bons jogos há muito tempo. é só ver o caso do Amalur. essa forma de desenvolver é meio "alternativa" demais para mim. gosto de jogos com começo, meio e fim bem definidos já no lançamento. a história mostra que jogos lançados como episódios periódicos ou por outros meios que não os convencionais nunca deram lá muito certo. no máximo, se mostraram como tentativas frustradas das empresas testarem a vontade dos jogadores em jogar em doses homeopáticas.

P.S.: tá gostando mesmo do Grimrock, heim Aquino?

C. Aquino disse...

Stasis está saindo bem bonito para um jogo de um homem só, mas ainda faltam mesmo mais detalhes da jogabilidade. Starbound é bem ambicioso, se cumprir metade será ótimo, se cumprir tudo será o novo Minecraft. Wrack é mesmo controverso, fiquei na dúvida se colocava no meio dos outros ou não: o fato é que gostei do efeito cell-shading e FPS de velha guarda terão sempre um lugar no meu coração, o Bobby Prince é a cereja do bolo! Mas não me arrisco neste esquema de pré-compra...

Sobre o nome famoso na equipe... é mesmo uma faca de dois gumes. Na verdade, não é garantia de nada, vide o fiasco de Amy (do mesmo cara que fez Flashback) e o resultado abaixo do esperado de Amalur. A quem interessar possa: Starbound tem o mesmo artista responsável pelo visual de Terraria, mas ele já frisou em entrevista que o jogo não tem qualquer relação com Terraria!

E, sim, Grimrock vicia.

Marcos A. S. Almeida disse...

Dos três o que mais me empolga é o Stasis.Um trailer com nave , ambiente sombrio, voz de menina (ou criança) e um ursinho solto no espaço me lembra muito... Dead Space! Ou estou forçando a barra?E a perspectiva isométrica me lembra Sanitarium, também adventure.
Já Starbound , no ambiente externo parece com Terraria, até pelo fato de ser sandbox.Vamos aguardar suas apostas , Aquino!
Eu vi recentemente o trailer de um que talvez faça algum sucesso , chamado PID (é indie) aqui http://www.youtube.com/watch?v=7Phtp6W_sfw&feature=player_embedded#!
Ou talvez seja mais um dentre muitos.Esperemos.

Rebeca disse...

Fiquei bem empolgada por Stasis desde que saíram os primeiros vídeos. Estou ansiosa por novidades. E o conceito do Starbound é ambicioso, mesmo. Achei bem interessante. =)

estacado disse...

Gostei de Starbound, como o Marcos disse, lembra Terraria; mas o objetivo do jogo é bem interessante. O Wrack já fiquei meio assim pelo visu de Borderlands, mas qualquer coisa que tenha Doom no meio já vale umas epionada. Eu gosto do teu blog também por causa dessas coisas, tem jogos que eu nunca iria saber da existência e podem ser muito bons.

Mas creio que cedo ou tarde Aquino, você vai se render para uma análise de Diablo 3 hehe

Não sei se já foi jogado, mas viram o mod DayZ de Arma II? você é colocado em mundo de 200km e pouco, sem nada de armas; contra milhoes de zumbis e outros jogadores que provavelmente iram te matar para roubar suas coisas. VocÊ precisa ir de ciade em cidade coletando coisas para sobreviver (pelo jeito você passa fome e afins, nunca joguei Arma II). Pelo vídeos deve ser bem bacana, visto que Arma II disparou nas vendas do Steam por causa disso.

Guilherme G. disse...

Olá Aquino, pelo seu blog dá pra ver que você é a pessoa pra eu perguntar isso: me recomenda alguns jogos de RPG para PC? já joguei Fallout, Oblivion, Skyrim, Vampire Bloodlines, e queria alguns jogos no mesmo estilo, mas não sei por onde começar a procurar.

C. Aquino disse...

Estacado, pelo o que eu li no Rock Paper Shotgun, DayZ parece ser o mod do ano. Seria capaz de comprar o Arma II só para experimentar. Mas 30 dólares é meio salgado...

Guilherme, se você curtiu esses RPGs que você citou, eu recomendaria a série Gothic, o primeiro Risen e a franquia The Witcher. Se quiser arriscar na perspectiva isométrica, um mundo de clássicos irá se abrir: Baldur's Gate, Planescape Torment, os primeiros Fallout, Icewind Dale e outros.

Guilherme G. disse...

Obrigado Aquino, vou dar uma olhada no The Witcher.
Quanto aos clássicos, já cheguei a zerar o Fallout 1, mas ainda prefiro os RPGS novos.

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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