Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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16 de julho de 2011

Volta ao Mundo: Turnê Mundial

Cobrir cada país desenvolvedor de jogos eletrônicos fora do eixo Japão-Estados Unidos não é uma tarefa possível e nunca foi a proposta da série Volta ao Mundo. Destaquei a produção de alguns países como Polônia, França, Suécia, Ucrânia e Austrália, mas existem muitos outros com uma cena local bastante efervescente.

EVE Online

Da Islândia, veio o jogo EVE Online, um dos mais bem-sucedidos MMO em atividade, criado pela CCP Games. A empresa tem 600 funcionários e atualmente é a proprietária da White Wolf, editora dos livros de RPG do "Mundos das Trevas". Da Noruega temos a Funcom, especializada em jogos MMO e responsável por títulos como Age of Conan, Anarchy Online e o aguardado The Secret World. Apesar de seu famoso currículo recente, a empresa existe desde 1996 e já desenvolveu a franquia de adventures The Longest Journey. Da Dinamarca, veio a série Hitman, desenvolvida pela IO Interactive. Com mais de 200 funcionários hoje em dia, a IO Interactive percorreu um longo caminho, com seus fundadores vindo tanto da cena demo local quanto de empresas menores da década de 90, até ser adquirida pela gigante japonesa Square-Enix.

A República Checa merecia uma postagem a parte, mas ficou de fora do meu planejamento inicial. De lá, nós temos a Altar Games, com apenas 20 integrantes, mas que manteve viva a idéia da série X-COM através dos anos 2000, com sua série "herdeira" UFO.  Também checos são os desenvolvedores da Bohemia Interactive e a graficamente espetacular franquia militar ARMA, sucessora do primeiro Operation Flashpoint. Eles foram eleitos o "Melhor Estúdio Estreante" durante a GDC 2002 e prometem revolucionar novamente com ARMA 3 no ano que vem.  Se há algo de mágico na água da República Checa, a 2K Games foi conferir e comprou um estúdio de desenvolvimento local e o rebatizou de 2K Czech. Antes do novo nome, a Illusion Softworks desenvolveu a série Hidden and Dangerous e o primeiro Mafia. Como 2K Czech, eles criaram Mafia II.

Machinarium E quem diria que a série Silent Hill iria sair das mãos dos japoneses um dia? Depois de passear por estúdios americanos, a série experimenta o poder dos checos com a Vatra Games e Silent Hill: Downpour. Se há espaço para os grandes projetos e grandes estúdios, há também espaço para os independentes: a Amanita Design, responsável por Machinarium e a série Samorost, também tem origem na República Checa.

Nossos vizinhos chilenos ajudaram a colocar a América Latina no cenário da indústria dos jogos eletrônicos através das desenvolvedoras ACE Team e da Wanako Studios. A primeira nasceu na comunidade modder e foi fundada pelos três irmãos Bordeu. Após uma série de mods criados para Doom e Quake 3 e uma temporada de dois dos irmãos Bordeu pela nascente Wanako, a ACE Team conseguiu lançar seu primeiro título comercial, nove anos após seu começo: o estranho mas elogiado Zeno Clash. Já a Wanako Studios teve a ajuda dos Bordeu no seu surgimento, mas logo se expandiu, foi comprada pela Vivendi e logo depois vendida para uma empresa canadense, e logo se tornou a maior desenvolvedora de jogos do continente, produzindo para todas as plataformas. Seu mais recente trabalho é o jogo Ghostbusters: Sanctum of Slime (distribuído pela francesa Atari).

E o que dizer de um empresa multinacional como a Crytek? A empresa, sempre tão efusiva em mostrar as qualidades do super-soldado americano, foi fundada na Alemanha. Por três turcos. Os irmãos Cevat, Avni e Faruk Yerli chamaram a atenção do mundo com uma demo lançada em 2000 que mostrava a mais exuberante ilha já vista em um jogo eletrônico. A demo de X-isle evoluiu para Far Cry. E a Crytek abriu escritórios de desenvolvimento na Bulgária, na Ucrânia, na Hungria, na Coréia do Sul e na Inglaterra. Ao contrário do que o novaiorquino Crysis 2 possa sugerir, a empresa não tem uma filial na cidade.

Max Payne

Tão apaixonados pela cidade universal, "capital do mundo", são os desenvolvedores da Remedy Entertainment. Da fria Finlândia, eles criaram a saga do atormentado policial Max Payne e conseguiram transformar Nova York em uma vívida (e inóspita) coadjuvante da trama. O próximo capítulo da sina de Payne irá transportá-lo para igualmente urbana São Paulo, mas esta tarefa ficou por conta dos nada paulistanos estúdios da Rockstar Games em Toronto, Vancouver, Londres, Nova Inglaterra... Enquanto isso, a finlandesa Remedy segue com a franquia Alan Wake, ambientada em outro bastião do imaginário americano: a típica cidadezinha do interior, cheia de mistérios.

Ironia está no nome do designer americano American McGee. Apesar do nome, o criador da franquia da gótica Alice fundou a Spicy Horse em Xangai. De lá, a desenvolvedora lançou o episódico e pouco conhecido American McGee's Grimm, antes de seu fundador resolver produzir uma continuação para seu maior sucesso. Alice: Madness Returns traz uma recriação da Inglaterra do início do século XX e paisagens de pesadelos e foi produzido por uma equipe chinesa. Atualmente a Spicy Horse ("Cavalo Condimentado") tem uma equipe de 70 pessoas e é a maior empresa do ramo na China.

Garshasp Um dos mais inspiradores exemplos é o do quase-iraniano Garshasp. O jogo, na verdade, foi iniciado por um estúdio iraniano, o Fanafzar Game Studios e concluído pela Dead Mage, que fica no Texas, Estados Unidos. O Fanafzar fechou e muitos dos seus integrantes saíram do Irã. Não está claro se eles são os fundadores do Dead Mage, mas há fortes indícios. De qualquer forma, Garshasp começou seu desenvolvimento usando somente tecnologias open source, como OpenAL e a engine OGRE. O motivo? A maioria das tecnologias licenciadas tem barreiras contra os países do “Eixo do Mal”... O título pode ter terminado com um Metacritic de 49, mas acredito que valeu a tentativa. Se você prefere não arriscar na compra do jogo, o Artbook Oficial está liberado para download.

Ouvindo: Max Payne 2 Only the Strong Survive - The Apartment Standoff

2 comentários:

Marcos A. S. Almeida disse...

Na falta de palavras para expressar , deixo algumas , de pessoas famosas:
"A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem para em qualquer topada.” (Bob Marley)
“Em vez de dizer:'isto não pode ser feito’, continue questionando o seu cérebro:’como isto pode ser feito?” (Lair Ribeiro)
“O sucesso é consequência” (Albert Einstein)
“Se não tornar seus sonhos realidade, a realidade os levará embora.” (Não sei de quem é...)
Concordo com todas

Marcos A. S. Almeida disse...

Comentei no post errado...

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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