Freedom Fighters é um jogo curto. E isto é um defeito porque Freedom Fighters é um jogo divertido. Menos de uma semana depois de eu ter escrito a primeira parte da minha análise e pronto, lá estava o exército soviético expulso de Nova York.
O que mais posso disser de positivo a respeito do jogo? Esqueci de comentar sobre a brilhante trilha sonora épica construída por Jesper Kyd, eterno colaborador da IO Interactive e responsável por toda a série Hitman. Aqui, Kyd produz um de seus melhores momentos, amplificado pela habilidade dos programadores de sempre perceber o momento certo em que a ação pede a entrada triunfante da música.
(E eu gostaria de aproveitar a oportunidade para atacar novamente Brothers in Arms. As similaridades entre os títulos são claras: você controla um personagem principal que comanda outros soldados e deve se esgueirar por escombros para surpreender o inimigo e neutralizá-lo. Mas é irônico que um título sem vínculos com a realidade e que claramente faz de tudo para não se levar à sério consiga ser mais "realista" do que um jogo calcado em experiências autênticas da Segunda Guerra Mundial. Se Matt Baker tinha uma visão 360 graus do campo de batalha e uma noção exata da posição dos inimigos, Chris Stone está no escuro assim como nós estaríamos em uma situação verdadeira. Cada investida a um quarteirão é repleta de incertezas sobre o que pode existir na próxima esquina. As engrenagens de Brothers in Arms estavam tão expostas que era possível ver a mão do designer em cada cobertura disponível, estrategicamente colocadas para seu esquadrão se posicionar. Em Freedom Fighters, a exploração é incentivada e a melhor abordagem nunca está clara. Como se tal humilhação não fosse suficiente, a inteligência artificial dos guerrilheiros de Stone é superior à dos soldados de Baker.)
Freedom Fighters não está livre de sua cota de problemas. Por não se levar a sério, seus personagens são quase-caricatos, tanto aliados quanto vilões. Não pode ser considerada uma falha imperdoável, uma vez que é uma decisão dos desenvolvedores. A relação romântica entre o "mocinho" e a "mocinha" é algo tão inexplicado pela falta de personalidade de ambos que caberia facilmente em um filme de Sessão de Tarde. O sistema de salvamento, como eu expliquei anteriormente, é irritante. E, para um jogo baseado em condução de soldados sob seu controle, a existência de dois níveis inteiros onde você está por sua própria conta é uma idéia idiota, elevada ao cubo pelo fato de uma das missões não permitir salvamento algum do começo ao fim do nível!
Inicialmente, Freedom Fighters era para ter uma continuação. O próprio final do título exibe nuvens escuras no horizonte. Mas o projeto foi enterrado quando a IO Interactive resolveu investir recursos e tempo na controversa franquia Kane & Lynch. Recentemente, a desenvolvedora sofreu uma série de 30 demissões, ordenados pela Square Enix, a empresa-mãe. Em março, 35 cabeças já tinham sido cortadas na IO Interactive, aparentemente devido às vendas ruins de Kane & Lynch 2. Talvez nada disso esteja relacionado, mas o próximo projeto, ainda não-confirmado, será a ressurreição de Hitman, com um novo jogo para 2011. Eu gostaria de acreditar que alguém lá dentro possa ter a brilhante iniciativa de fazer outro Freedom Fighters também.
Pontos positivos de Freedom Fighters: diversão despretensiosa com jogabilidade enxuta, inteligência artificial que funciona, excelente trilha sonora. Pontos negativos de Freedom Fighters: falta de profundidade, sistema de salvamento frustrante, curta duração. Nota final: 7,5.
2 comentários:
Desculpe a liberdade Aquino, mas você está de férias? Posts aos montes ( pra minha satisfação) em dias consecutivos. Muito legal!
ahahahah! É uma mistura de auto-disciplina e o fato de eu estar sem um jogo desde a conclusão de Freedom Fighters na segunda-feira. Estou instalando Left 4 Dead e devo dar uma sumida...
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