A Verdade Não Importa

Em 25 de Janeiro, eu buscava compreender as razões por trás da produção e do fracasso do jogo oficial do filme Avatar. Segundo a própria Ubisoft, produtora do título, o resultado ruim nas vendas seria atribuído ao momento ruim de inserção do produto, após o frenesi natalino. O jogo inspirado no filme do século seria um fracasso por que não teria capturado as vendas do Natal (?!). Yves Guillemot, o CEO da empresa, admitiu, porém, que o jogo não tinha a qualidade desejada, por ter sido supostamente feito às pressas.

Em 23 de Abril, eu descubro que Jon Landau, produtor do filme, contradisse o argumento de Guillemot e afirmou que o desenvolvimento do jogo teve ajuda da equipe do filme e que este entrosamento teria acelerado o processo em meses... Landau arriscou dizer que o fiasco de vendas resultou de estratégias de marketing mal-implementadas. Para ele, a falta de um trailer do jogo, por exemplo, teria dificultado que ele encontrasse sua audiência. Como se fosse necessário um trailer para vender a adaptação oficial da MAIOR bilheteria da História. Como se houvesse algum indivíduo nesse planeta que não tivesse alguma noção do tema do jogo.

Agora, esqueçam todas essas desculpas, mentiras e jogos-de-empurra. Avatar, o jogo, não foi um fracasso. Repetindo: não foi um fracasso. Segundo o próprio Yves Guillemot, "O jogo Avatar teve uma performance à frente de nossas expectativas no trimestre, principalmente no Wii, e terminou próximo de 2.7 milhões de unidades vendidas, entregando uma contribuição significativa para a empresa." O mesmo Guillemot que humildemente pedia desculpas, agora não esconde o sorriso. Ele prossegue, com uma frase que o perseguirá para o resto de sua vida (a ênfase é por minha conta):  "O jogo CONTINUA A VENDER BEM, principalmente graças ao lançamento do DVD do filme."

Não há mais o que comentar diante de tamanha ruptura da lógica. Ou da Verdade.

Ouvindo: Front Line Assembly - Surface Patterns