Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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5 de maio de 2010

Jogando: Dead City

Neste exato momento, está acontecendo uma super-promoção de jogos independentes para a caridade: você paga o quanto quiser, leva cinco títulos badalados e o dinheiro vai para ajudar organizações beneficentes. Isto é apenas uma coincidência, não o assunto deste post. Coincidência por que eu acabei de fechar um jogo independente, gratuito. O que não é algo que eu faço todos os dias.

Dead City Desde o começo do Retina Desgastada, eu nunca comentei um jogo independente. Confesso ter uma forte resistência contra eles, talvez devido a sua jogabilidade simplificada demais para meus gostos, talvez devido ao acervo de jogos comerciais mofando em minha prateleira, talvez devido à falta de tempo, talvez por preconceito. E, tirando poucas exceções, também não costumo jogar títulos no gênero adventure. O que torna totalmente inexplicável eu ter baixado em tempos remotos Dead City e ter resolvido jogá-lo justo agora. Eu posso me esconder atrás do preço: inteiramente grátis.

E não me arrependi. Não é um jogo que vai mudar minha vida, mas é uma obra no mínimo curiosa e, por que não dizer, uma experiência enriquecedora. Em Dead City você interpreta um ex-interno de uma Instituição Psiquiátrica que precisa resolver o brutal assassinato da namorada. A premissa nem um pouco criativa se transforma quando entra em cena a atmosfera deste adventure. Dead City não é para os fracos ou para as crianças, cada ambiente retratado é um pequeno pedaço de uma realidade gótica e decadente, envolvido em uma trilha sonora depressiva. Passado em um futuro não muito distante, o jogo pega emprestado alguns elementos de filmes como Requiem para um Sonho, Blade Runner e Matrix e adiciona uma forte dose de temas polêmicos. Necrofilia, consumo de drogas pesadas, mutilações e um ponto de vista anarquista sobre religiões fazem com que Dead City seja recomendado para maiores de 18 anos. À medida que o jogador vai penetrando neste sórdido mundo, ele também vai descortinando um enredo que surpreende e não promete um final agradável.

Dead City é fruto da mente de um único indivíduo que atende pelo significativo pseudônimo de "Narco". Ele mesmo ilustrou todos os cenários, criou a história, escreveu os diálogos, compôs a trilha sonora e montou os puzzles. Para juntar todas as idéias, ele usou a engine Wintermute, muito popular entre os desenvolvedores de adventures. O tcheco "Narco" lamenta apenas não ter conseguido criar o "épico" que ele tanto desejava, o que explica a curta duração do jogo.

Dead City foi desenvolvido em 2004, mas, por sua simplicidade, não soa datado. O jogo pode ser baixado em http://taiken.savana.cz/nihilis/download/deadcity.zip (apenas 11Mb). Na remota possibilidade de você ser tão ruim em adventures quanto eu, um guia passo a passo pode ser encontrado online.

Dead CityDead CityDead CityPontos positivos de Dead City: gráficos envolventes, trama complexa, trilha sonora soturna. Pontos negativos de Dead City: tecnicamente limitado, desnecessariamente chocante em alguns momentos, curta duração. Nota final: 7.5.

Ouvindo: Fields of the Nephilim - Power

Um comentário:

Bruno disse...

Cacete... Eu aqui me preparando p/ vencer a insônia por uma noite tomando quase um litro de um chá calmante receitado pelo médico, e o Aquino me faz um post de um jogo que pode ser baixado GRATUITAMENTE, tem uma trama que se encaixa no meu gosto e tem pouco menos de 11 MB.
O sono que se aproximava de forma tímida e desconfiada, acaba de fugir de vez...

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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