Retina Desgastada
Idéias, opiniões e murmúrios sobre os jogos eletrônicos
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31 de março de 2010

Jogando: Dead Space

dead-space-19314 Ao contrário do que fiz em Burnout Paradise, não vou esperar ficar saturado do jogo para escrever as "primeiras" impressões. Quero escrever agora, na empolgação do momento após aproximadamente uma hora apenas de jogatina de Dead Space. Talvez minhas opiniões mudem, talvez o jogo mude, mas quero capturar o instante. O instante exato em que minhas costas desgrudaram da cadeira e eu percebi que estava mais próximo do monitor que o normal, com o coração acelerado e a espinha gelada.

Os primeiros minutos de Dead Space me provocaram uma forte sensação de estranheza. Não estou acostumado com a perspectiva em terceira pessoa por cima do ombro do protagonista. O fato de Isaac Clarke não dizer uma palavra também me incomodou. Seu silêncio e a visão de fora do personagem me afastaram da imersão. Uma falha que eu reconheço ser minha e não do jogo, que fique claro. Ao contrário de muitos títulos por aí, a câmera de Dead Space é perfeita e não atrapalha a visão do ambiente. E, se o nosso herói segue a tradição de Gordon Freeman, o mesmo não pode ser dito dos NPCs que, dublados com perfeição, parecem respirar ao seu lado. Passado o desconforto inicial, me dei conta de um outro desconforto, algo mais primal, comumente chamado de... terror.

Dead Space veio cercado de um longo hype pessoal. Por exemplo, foi um dos poucos jogos recentes em que eu me dei ao trabalho de assinar a newsletter oficial antes do lançamento, para acompanhar as novidades. Eu explorei o site oficial, na época em que ele ainda era bastante experimental e simulava um passeio pelos escombros da Ishimura. Eu li os quadrinhos e vi o média-metragem de animação que antecedem a história do jogo.

Eu estava ansioso.

Naqueles primeiros dez minutos de jogo, eu me perguntava: "de que adiantou"? Achei os controles confusos, a proposta de navegar por menus tridimensionais exibidos no próprio mundo do jogo é fantástica, mas exige tempo para ser assimilada. Por dez minutos, eu pensei que tinha jogado dinheiro fora.

Nos outros cinquenta minutos, eu esqueci da newsletter, do site, da HQ e da animação. Eu estava aprisionado no mesmo nível de tensão que S.T.A.L.K.E.R. havia me proporcionado. Eu estava colado no monitor. Eu estava explorando a Ishimura, observando as manchas de sangue, os manuscritos alienígenas nas paredes, ouvindo os rangidos do metal, os grunhidos de criaturas próximas, o barulho de meus passos.

Eu estava imerso.

Dead Space 02

Ouvindo: Aphex Twin - Window Licker

Um comentário:

Hawk disse...

Você não viu nada. Prepare-se. O jogo é, pelo menos, 100% mais amplo - em todos os sentidos - do que você pode ter presenciado em "apenas" 1 hora.

Tenho certeza que você não irá se arrepender, pois eu não conseguia parar de jogá-lo no primeiro dia.

Mantenha-nos informados sobre tudo o que você está achando do jogo, pois da forma que você escreve, faz-nos sentir tentados a jogar tudo novamente.

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Blog criado e mantido por C. Aquino

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