Retina Desgastada
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7 de outubro de 2008

Jogando: Indigo Prophecy (conclusão) – Mas, hein?

À medida em que ia jogando (e me maravilhando) com Indigo Prophecy, eu me perguntava: "será que depois de tanto tempo, finalmente terei mais um jogo para figurar em minha lista de favoritos?". Apesar da interface de ação confusa e do irritante controle de sanidade dos personagens, havia algo de fascinante no jogo. Havia criatividade, ousadia, uma história de extrema tensão e uma trilha sonora de qualidade. O jogo estava tecnicamente empatado entre prós e contras, poderia ser um favorito ou apenas um jogo muito bom. Tomei uma decisão: tudo dependeria de como a história seria concluída. E foi aí que o pessoal da Quantic Dream me perdeu.

Indigo Prophecy

Quanto mais o roteiro desvendava os mistérios que envolviam a vida de Lucas Kane, mais confusa ficava a trama. Depois da impressionante cena de ação que eu já comentei, ainda viria outra AINDA MELHOR. Infelizmente, foi o último momento de brilho do jogo. Logo em seguida, uma quantidade absurda de elementos fantásticos são arremessados no enredo sem sequer terem sido mencionados anteriormente. Para minha decepção, Indigo Prophecy se tornou o "samba do crioulo doido". A aventura perde ritmo. A cuidadosa construção da narrativa dos primeiros três quartos do jogo se transforma em uma avalanche de eventos comentados casualmente, personagens entrando e saindo com pouca explicação e um final que parece ter sido feito às pressas.

A batalha final de Indigo Prophecy merecia figurar na lista de chefes banana! Após tantos tormentos que Lucas Kane atravessa, ele merecia vencer seus adversários em mais de dois minutos! O grande vilão da história é derrotado de uma forma tão banal que eu não acreditei... fiquei esperando algo mais, uma ressurreição, um último truque, uma armadilha. Mas nada. Veio o epílogo e fim de jogo.

É triste ver um projeto tão promissor afundar em seus últimos momentos. Mesmo com um banho de água fria em sua reta final, Indigo Prophecy vai permanecer em minha memória como uma experiência ímpar de uma história instigante e por tudo aquilo que poderia ter sido.

Pontos positivos de Indigo Prophecy: o desenvolvimento detalhista dos personagens, as seqüências de ação coreografadas com maestria, a trilha instrumental de Angelo Badalamenti, o desenvolvimento inicial da história e seus mistérios. Pontos negativos de Indigo Prophecy: a interface incomum para controlar os movimentos durante as seqüências de ação, a dificuldade de algumas partes e a queda de qualidade da história em sua parte final. Nota final: 8.5.

Ouvindo: Layo And Bushwacka! - Blind Tiger

Um comentário:

jjevil disse...

Finalmente alguém pensou tanto no final desse jogo como eu! Valeu, cara.
Mas, se não for pedir muito, e, claro se tiver vontade, você poderia detalhar a história desse jogo passo a passo? Eu joguei, mas fiquei um tanto confuso em certas partes, e olhe que terminei 8 vezes. Mas claro apenas se quiser. Ah, e obrigado pelo artigo!

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