Quando eu comecei a namorar minha esposa, eu já estava novamente no vício dos jogos eletrônicos. Apenas um nerd viciado fica jogando no computador do pai da namorada quando aparece para visitar e eu era um nerd viciado. Para minha sorte, consegui conciliar os dois universos e hoje vivo bem com todo mundo. Mas, para isso, eu tive que fazer hotseat com minha sogra. Culpa dos duendes...
Na época eu tinha acabado de comprar o CD de Terror da CD Expert e, completamente cego pela necessidade de jogar e jogar, instalei alguns demos na máquina do futuro sogro. Naturalmente, a maioria dos jogos não despertou nada além de estranheza na casa (talvez uma ligeira desconfiança sobre minha idoneidade enquanto “bom partido”, jamais saberei). Mas o jogo 3-D Ultra Pinball: Creep Night caiu como uma bomba no sacrossanto lar.
Em pouco tempo, o jogo virou mania. Nem eu e nem ninguém sabia como jogar direito um Pinball; apenas ficávamos sentados em frente ao monitor, esmagando as teclas que moviam as palhetas e torcendo para a bola ir para o lugar certo. Mas ríamos como crianças, torcíamos e gritávamos diante de lances inusitados. Foi tão envolvente que minha futura esposa teve a iniciativa de comprar o jogo completo, quando foi lançado nas bancas.
A festa aumentou: organizamos campeonatos informais, em que nos alternávamos em turnos na cadeira (o tal do hotseat), para ver quem batia o recorde de quem. Liberávamos mini-games dentro do Pinball, alcançávamos novas fases que nem suspeitávamos existir. Minha sogra até jogava durante a semana, mesmo quando eu não estava lá.
3-D Ultra Pinball: Creep Night é um jogo que ninguém nunca completou. E acredite ou não, ele tem uma história, um modo campanha com começo, meio e fim. Éramos ruins demais nos controles para chegar ao fim. Mas não importou. Aqueles tardes de integração e alegria foram ímpares. E inesquecíveis.
Um comentário:
Que história.
Imaginei as cenas e me diverti muito com vocês disputando campeonatos.
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